A abertura ocorreu
com a fala da supervisora Roseane sobre a proposta do que é a formação e o que
é o Pibid. A seguir, foi apresentado aos participantes o vídeo “O poeta
aprendiz” de Vinícius de Moraes (http://letras.mus.br/vinicius-de-moraes/87151/)
e os professores também receberam um texto com a letra para poder acompanhar. A
proposta segue uma narrativa cantada que abarca não somente uma reflexão
inicial, mas também já apresenta uma narrativa. Roseane fez uma explicação sobre
a música que é de Tom Jobim, porém as ilustrações do vídeo foram feitas por
Adriana Calcanhoto, que também canta. A supervisora apresentou as suas palavras
favoritas na letra da música: poeta, poesia, palavra escrita, aprendiz, criança.
Na sequencia, houve a apresentação dos professores
participantes do encontro:
Mariele Maria Sens – Secretária;
Juliana Silveira – Pré 1
Daniela Amandio – Artes e Religião
Valdete Iaraceski – 3º ano
Joseane Conink – 5º ano
Jurete da Silva Souza – Professora de Inclusão
Roseli Fischer Soave – Pré III
Patrícia Hodecker – Inglês
Juliana Chagas – Matemática
Evelyn Martins Nascimento – 4º ano
Flavia Wolf – Professora de Inclusão
Dulcineia da Graça – 4º ano
Elaine Cecato – Pré II
Lenice Baron Suavi – Professora de Reforço Escolar
Fabrício José Stedile – Matemática
Lisiane Moro – Educação Física
Ademir Dietrich – Filosofia e Sociologia
Keity Link Seifert – Português
Marcio Huber- História e Geografia
Avanilda Alves - Geografia
As bolistas
Nicole e Manuelle apresentaram o que é o PIBID enquanto programa da Capes e
também descreveram a proposta do subprojeto Letras. Nicole destacou a
importância do projeto para os que estão iniciando o curso como é o caso dela.
Em seguida, a coordenadora de área, Otilia, apresentou a teoria dos esquemas
narrativos com exemplo de duas narrativas. Depois da parte inicial sobre
Programa e subprojeto, foi o momento da socialização das experiências e
vivências realizadas na escola desde 2011.
Inicialmente,
Tainara fez uma apresentação com o comando para a produção escrita, um exemplo (Um
dia de verão), apresentou dados da tabela, que são: título, fórmula inicial, descrição de personagem, Introdução de
cenário, anáforas (retomadas),
articuladores, relação de causa e efeito, clímax, fórmula de encerramento, discurso
direto, intertexto e número de episódios.
Roseane fez
comentários explicativos. Tainara
salientou que os principais problemas diagnosticados em sua turma foram: narrativas
mistas (fábulas + contos de fadas); coesão e coerência; audiência de elementos narrativos (título, descrição do
personagem). Depois, apresentou dados da coleta de novembro de 2012 e os
crescimentos dos alunos. Além disso, apresentou seu pôster do trabalho com
músicas narrativas. A música escolhida foi Eduardo e Mônica. O foco foi no
intertexto. Ela e a outra bolsista selecionaram o texto que mais se aproximou da
proposta de Eduardo e Mônica, a seguir:
A
camponesa e o forasteiro
Em uma cidade muito pequena existia um
poeta que dizia a seguinte frase:
“quem um dia irá dizer que não existe
razão nas coisas feitas pelo coração?”
E logo depois contava uma linda
história de amor, da seguinte forma:
Um dia, um jovem chamado Eduardo abriu
os olhos, mas com preguiça, decidiu não levantar de sua cama e retornou ao seu
sono. Enquanto isso, em uma colônia não muito distante, uma jovem camponesa
chamada Mônica já tomava seu café para ajudar sua mãe. Então a mãe de Mônica
pediu para ela apanhar umas cerejas no Vale Verde. Enquanto a jovem se dirigia
ao vale, Eduardo cavalgava próximo dali. Ele decidiu parar seu cavalo próximo a
um rio para descansarem. O jovem rapaz escutou uns barulhos de folhas e galhos
e uma encantadora voz pelo vale, então seguiu a bela voz que soava aos seus
ouvidos. Encontrou uma bela camponesa, com um vestido branco meio sujo,
segurando uma cesta com cerejas que pareciam ser as mais belas do vale. Eduardo
ficou escondido atrás de uns arbustos, observando a bela camponesa colhendo
cerejas e escutando sua voz. Meio atrapalhado ou encantado com a voz da
camponesa, tentou procurar uma posição mais confortável para observá-la e
acabou fazendo movimentos bruscos. Então Mônica disse:
- Pode saindo daí forasteiro! Você
está me olhando há bastante tempo.
Eduardo ficou sem jeito e respondeu:
- Não estava olhando para você bela
camponesa.
Mônica deu um sorriso irônico e
retrucou:
- Não? Então para o que você estava
olhando se só está apenas você e eu nesse vale?
Eduardo tentou disfarçar e dizendo:
- Eu estava olhando para a cesta de
cerejas.
Mônica ofereceu ao rapaz uma cereja e
começaram a conversar para tentar se conhecer. Depois de um bom tempo
conversando, ela se despediu de Eduardo e convidou-o para a festa da cereja que
iria acontecer em sua colônia. O forasteiro aceitou o convite e voltou para
casa com seu cavalo e um belo sorriso no rosto, a festa seria no próximo dia e
ele estava ansioso. Chegou o dia da festa, Eduardo não se sentia a vontade,
Mônica percebeu e perguntou:
- Está tudo bem?
- Festa estranha, com pessoas
esquisitas. Eu não me sinto bem, não agüento mais cerveja. -disse Eduardo.
Ela riu e indagou:
- Você não quer ir para um lugar mais
calmo?
- Pode ser. Estou meio tonto, só penso
em voltar para casa, minha mãe não sabe que estou aqui. Eu vou me encrencar.
Mais tarde, Eduardo e Mônica começaram
a trocar cartas e decidiram se encontrar. Ele sugeriu um vale, mas ela queria
cantar, então se encontraram no mesmo lugar de sempre, no Vale Verde. A moça
veio caminhando e Eduardo a cavalo. Mônica tinha palha no cabelo, ele achou
meio estranho, mas decidiu não comentar. Os dois não tinham muito em comum, ela
gostava de animais e ele de numeração, ela fazia comida e costurava em uma
máquina que ganhou de seu irmão e ele ainda caçava passarinhos na floresta. Ela
gostava de bordar e de plantar coisinhas na hortinha, como arroz, e Eduardo
gostava de caçar com seu avô. Mônica puxava assunto sobre como plantar arroz,
também magia e meditação, e Eduardo não sabia se ria ou se dava um beijão. E
mesmo com essas diferenças os dois começaram a se encontrar todos os dias e
cada vez mais a vontade crescia como tinha que ser. Eduardo e Mônica fizeram
quadros, bordados, e ela explicava coisas sobre o céu, a água e o ar. Ele logo
foi mudando o seu jeito de menino e começou a amadurecer. Deixou o cabelo
crescer, aprendeu a beber e decidiu parar de caçar. Os dois comemoraram e
brigaram juntos muitas vezes. Todos olhavam para aquele casal e diziam que se
combinavam igual feijão com arroz. Eles construíram uma casa no mesmo lugar do
primeiro encontro, há uns dois anos atrás. Meses depois tiveram gêmeos,
batalharam dinheiro e souberam lidar com o fato, mesmo não sendo fácil. Eduardo
e Mônica voltaram para a colônia, sentem saudade do antigo lar, e nas últimas
férias não foram para o vale porque um filho do casal está com má criação.
E o velho poeta acabava a história com
a mesma frase:
“Quem um dia irá dizer que existe
razão nas coisas feitas pelo coração?”
Fizeram a
correção do texto (impresso e entregue aos alunos). Os alunos da 8ª série 1 (2012)
também fizeram um clipe que foi a exibido para os professores. A bolsista
Patrícia apresentou o diagnóstico das turmas e as atividades realizadas desde o
início do projeto, onde foi trabalhada a ortografia, coesão e coerência e as
narrativas mistas (fábulas + contos de fadas). Houve destaque para análise
comparativa entre contos e fábulas a fim de que os alunos pudessem perceber as
características seguidas de produção de texto em sequência. A escola havia
recebido o material bibliográfico interessante, escolheram Fábulas de Lobato
para o trabalho e discussão de moral da história. Apresentou também a atividade
realizada com verbos e concordância verbal. Destacou o trabalho com músicas
narrativas. Por fim, houve a socialização do vídeo: Era um garoto que como eu
amava os Beatles e os Rolling Stones, da banda Engenheiros do Hawaii.
No intervalo,
conversando com os professores, percebeu-se o interesse deles em saber mais a
respeito do tema.
Depois da
pausa houve um momento de terror. Os professores foram recebidos com música e
elementos para criar um clima de terror na sala. A proposta aplicada foi a que
se originou no encontro de integração do PIBID no início do ano. Durante o
esquenta, os professores construíram a sua história de forma muito interessante,
linkando as figuras e as narrativas que vieram antes. Roseane fez uma reflexão
sobre a narrativa criada pelos professores e eles identificaram elementos da
narrativa em sua história e também apontaram as lacunas. No segundo momento, em
grupos, eles criaram cenários e personagem para
uma história. Foram dados 20 minutos para a execução da tarefa. No
grupo, percebeu-se a preocupação em relacionar o cenário, o personagem com a
história. Iam desenhando, criando com massinha e já montando a história que
surgiria dali. Não houve solicitação de criação de história, mas já houve a
relação entre as diversas regras do esquema narrativo. Outro ponto interessante
foi a negociação entre os participantes sobre cores, elementos, estética do
cartaz. Perguntas como: posso passar preto na cruz? Comentários como: está
desconforme! Dúvida: Vamos pintar? Reações como: ui! Proposta: poderia ter um
chifre aqui? Seguida de resposta imediata: Ah! Então não bota. Todas essas
reações foram sendo coletadas das conversas entre os grupos que se divertiam na
realização da tarefa que foi levada a sério!
Os grupos socializaram seu cenário e personagem
concretizados no cartaz. O primeiro grupo apresentou o “Na encruzilhada” e explicaram os elementos do cenário. Colocaram como
personagem uma freira (ou dona morte). Desenharam um rastro de sangue, e a
freira segurando uma foice. Sugeriram um cemitério. A personagem é bipolar e
tem problemas hormonais. Há elementos escondidos nas árvores que também são
observadoras e participam da narrativa. O segundo grupo apresentou “O caminho do terror”. Neste cenário, as
árvores estão decoradas com as cabeças que o personagem decapitava. Produziram
uma história, a seguir:
João era um
homem simples que viva na Idade Média, era muito trabalhador, porém, surgiram
boatos de que ele seria um bruxo.
Mesmo
sabendo que não era não tinha como provar sua inocência, então o povoado
começou a persegui-lo. João fugiu para uma floresta e lá ele ficou sem saída,
então o pegaram e decapitaram ali mesmo.
A partir
daquele dia, as pessoas começaram a presenciar sua imagem assustadora e então
ficou conhecido como “João sem cabeça”.
Todas as
pessoas que passavam pelo caminho eram aterrorizadas e perseguidas por ele.
Estas pessoas eram mortas e decapitadas e poucas conseguiam fugir.
O terceiro grupo apresentou seu cartaz com o
cenário e personagem (não usaram massinha). “The Hand” é o título (a presença da professora de inglês foi o mote).
No cartaz há uma mão saindo do túmulo, lua cheia, cemitério, neblina. O quarto
grupo, com a sua história, pensaram primeiro em um cemitério, mas optaram por
um portal em que mora uma bruxa, o qual foi pintado todo de preto... viraram o
cartaz e ali estava um mundo colorido no qual a bruxa vivia. O último grupo
apresentou seu cenário para a história “O
castelo assustador”, a seguir:
Em um
castelo mal-assombrado, viviam várias criaturas estranhas. Entre elas tinham
aranhas, morcegos e caveiras.
Tinham
aparições de uma criatura, um homem de um braço só e com apenas um olho, que
vivia neste imenso castelo e sempre muito solitário, era um homem muito
estranho, adorava as criaturas que ali viviam.
O homem
assombrava todos que ali passavam, principalmente as crianças, que se
aterrorizavam com o que ali aparecia.
Usaram as cores preto e roxo para
criar o clima de terror.
Para
finalizar, foi entregue a proposta da oficina desenvolvida pela Roseane dentro
da sua proposta de Sequência Didática para contos de terror. O curta-metragem
Vincent, de Tim Burton foi exibido (https://www.youtube.com/watch?v=QkmKhd_h3lk)
Pediu-se então
uma reflexão escrita sobre a oficina aplicada e os professores avaliaram
positivamente. Alguns citaram que oportunidades como esta são muito boas para
refletir sobre o ensino nas escolas e abrir a mente para novos métodos de
trabalho, não apenas na matéria de língua portuguesa, mas em todas.
(Por Roseane, Otilia, Tainara,
Patrícia, Odete, Nicole, Manuelle).
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