Leiam com carinho o poema e reflitam: como podemos aquecer nosso curso e a escola para o dia da poesia? Mas que ela não fique presa a essa data... DESAFIO À VISTA
OS POEMAS
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhoso espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...
QUINTANA, Mário. Esconderijos do tempo. Porto Alegre:L&PM,1980.
quarta-feira, 14 de março de 2012
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Q. LINDA ESSA POESIA!!!! MÁRIO QUINTANA É ÓTIMO!!!
ResponderExcluirNÓS DO PIBID PODERÍAMOS FAZER UM SARAU, NÉ?! PREPARAR ALGO DO TIPO.
ACHO LEGAL SE PUDÉSSEMOS DE VEZ EM QUANDO NOS ENCONTRAR PARA CONVERSAR SOBRE POESIAS, CONTOS...
DISPONIBILIZO MINHA CASA SE QUISEREM FAZER ALGO, É PERTO DA FURB, E TEM UM BOM ESPAÇO!!!
BJS
LUTI
"A poesia não se entrega a quem a define."
ResponderExcluirMário Quintana
Também gosto muito dos poemas do Mário Quintana. Quanto a ideia de fazer o Sarau na sua casa, como ja lhe disse, acho ótimo! Vamos combinar com a turma e com os pibidianos.
ResponderExcluirBj
Vamos nos movimentar SIM! já está tudo programado! amanhã vocês verão! logo postaremos as fotos aqui :D
ResponderExcluirbeijos
A CANÇÃO DO AFRICANO
ResponderExcluirLá na úmida senzala,
Sentado na estreita sala,
Junto ao braseiro, no chão,
Entoa o escravo o seu canto,
E ao cantar correm-lhe em pranto
Saudades do seu torrão...
De um lado, uma negra escrava
Os olhos no filho crava,
Que tem no colo a embalar...
E à meia voz lá responde
Ao canto, e o filhinho esconde,
Talvez pra não o escutar!
"Minha terra é lá bem longe,
Das bandas de onde o sol vem;
Esta terra é mais bonita,
Mas à outra eu quero bem!
"0 sol faz lá tudo em fogo,
Faz em brasa toda a areia;
Ninguém sabe como é belo
Ver de tarde a papa-ceia!
"Aquelas terras tão grandes,
Tão compridas como o mar,
Com suas poucas palmeiras
Dão vontade de pensar ...
"Lá todos vivem felizes,
Todos dançam no terreiro;
A gente lá não se vende
Como aqui, só por dinheiro".
O escravo calou a fala,
Porque na úmida sala
O fogo estava a apagar;
E a escrava acabou seu canto,
Pra não acordar com o pranto
O seu filhinho a sonhar!
O escravo então foi deitar-se,
Pois tinha de levantar-se
Bem antes do sol nascer,
E se tardasse, coitado,
Teria de ser surrado,
Pois bastava escravo ser.
E a cativa desgraçada
Deita seu filho, calada,
E põe-se triste a beijá-lo,
Talvez temendo que o dono
Não viesse, em meio do sono,
De seus braços arrancá-lo!
Castro Alves
14 de março- Comemorado dia nacional da poesia e m homenagem a Castro Alves. Acima um lindo poema por ele escrito!