sexta-feira, 19 de julho de 2013

Formação do PIBID Carlos Maffezzolli

A abertura ocorreu com a fala da supervisora Roseane sobre a proposta do que é a formação e o que é o Pibid. A seguir, foi apresentado aos participantes o vídeo “O poeta aprendiz” de Vinícius de Moraes (http://letras.mus.br/vinicius-de-moraes/87151/) e os professores também receberam um texto com a letra para poder acompanhar. A proposta segue uma narrativa cantada que abarca não somente uma reflexão inicial, mas também já apresenta uma narrativa. Roseane fez uma explicação sobre a música que é de Tom Jobim, porém as ilustrações do vídeo foram feitas por Adriana Calcanhoto, que também canta. A supervisora apresentou as suas palavras favoritas na letra da música: poeta, poesia, palavra escrita, aprendiz, criança.
Na sequencia, houve a apresentação dos professores participantes do encontro:
Mariele Maria Sens – Secretária;
Juliana Silveira – Pré 1
Daniela Amandio – Artes e Religião
Valdete Iaraceski – 3º ano
Joseane Conink – 5º ano
Jurete da Silva Souza – Professora de Inclusão
Roseli Fischer Soave – Pré III
Patrícia Hodecker – Inglês
Juliana Chagas – Matemática
Evelyn Martins Nascimento – 4º ano
Flavia Wolf – Professora de Inclusão
Dulcineia da Graça – 4º ano
Elaine Cecato – Pré II
Lenice Baron Suavi – Professora de Reforço Escolar
Fabrício José Stedile – Matemática
Lisiane Moro – Educação Física
Ademir Dietrich – Filosofia e Sociologia
Keity Link Seifert – Português
Marcio Huber- História e Geografia

Avanilda Alves - Geografia


As bolistas Nicole e Manuelle apresentaram o que é o PIBID enquanto programa da Capes e também descreveram a proposta do subprojeto Letras. Nicole destacou a importância do projeto para os que estão iniciando o curso como é o caso dela. Em seguida, a coordenadora de área, Otilia, apresentou a teoria dos esquemas narrativos com exemplo de duas narrativas. Depois da parte inicial sobre Programa e subprojeto, foi o momento da socialização das experiências e vivências realizadas na escola desde 2011.
Inicialmente, Tainara fez uma apresentação com o comando para a produção escrita, um exemplo (Um dia de verão), apresentou dados da tabela, que são: título, fórmula inicial, descrição de personagem, Introdução de cenário, anáforas (retomadas), articuladores, relação de causa e efeito, clímax, fórmula de encerramento, discurso direto, intertexto e número de episódios.


Roseane fez comentários explicativos.  Tainara salientou que os principais problemas diagnosticados em sua turma foram: narrativas mistas (fábulas + contos de fadas); coesão e coerência; audiência  de elementos narrativos (título, descrição do personagem). Depois, apresentou dados da coleta de novembro de 2012 e os crescimentos dos alunos. Além disso, apresentou seu pôster do trabalho com músicas narrativas. A música escolhida foi Eduardo e Mônica. O foco foi no intertexto. Ela e a outra bolsista selecionaram o texto que mais se aproximou da proposta de Eduardo e Mônica, a seguir:
A camponesa e o forasteiro
Em uma cidade muito pequena existia um poeta que dizia a seguinte frase:
“quem um dia irá dizer que não existe razão nas coisas feitas pelo coração?”
E logo depois contava uma linda história de amor, da seguinte forma:
Um dia, um jovem chamado Eduardo abriu os olhos, mas com preguiça, decidiu não levantar de sua cama e retornou ao seu sono. Enquanto isso, em uma colônia não muito distante, uma jovem camponesa chamada Mônica já tomava seu café para ajudar sua mãe. Então a mãe de Mônica pediu para ela apanhar umas cerejas no Vale Verde. Enquanto a jovem se dirigia ao vale, Eduardo cavalgava próximo dali. Ele decidiu parar seu cavalo próximo a um rio para descansarem. O jovem rapaz escutou uns barulhos de folhas e galhos e uma encantadora voz pelo vale, então seguiu a bela voz que soava aos seus ouvidos. Encontrou uma bela camponesa, com um vestido branco meio sujo, segurando uma cesta com cerejas que pareciam ser as mais belas do vale. Eduardo ficou escondido atrás de uns arbustos, observando a bela camponesa colhendo cerejas e escutando sua voz. Meio atrapalhado ou encantado com a voz da camponesa, tentou procurar uma posição mais confortável para observá-la e acabou fazendo movimentos bruscos. Então Mônica disse:
- Pode saindo daí forasteiro! Você está me olhando há bastante tempo.
Eduardo ficou sem jeito e respondeu:
- Não estava olhando para você bela camponesa.
Mônica deu um sorriso irônico e retrucou:
- Não? Então para o que você estava olhando se só está apenas você e eu nesse vale?
Eduardo tentou disfarçar e dizendo:
- Eu estava olhando para a cesta de cerejas.
Mônica ofereceu ao rapaz uma cereja e começaram a conversar para tentar se conhecer. Depois de um bom tempo conversando, ela se despediu de Eduardo e convidou-o para a festa da cereja que iria acontecer em sua colônia. O forasteiro aceitou o convite e voltou para casa com seu cavalo e um belo sorriso no rosto, a festa seria no próximo dia e ele estava ansioso. Chegou o dia da festa, Eduardo não se sentia a vontade, Mônica percebeu e perguntou:
- Está tudo bem?
- Festa estranha, com pessoas esquisitas. Eu não me sinto bem, não agüento mais cerveja. -disse Eduardo.
Ela riu e indagou:
- Você não quer ir para um lugar mais calmo?
- Pode ser. Estou meio tonto, só penso em voltar para casa, minha mãe não sabe que estou aqui. Eu vou me encrencar.
Mais tarde, Eduardo e Mônica começaram a trocar cartas e decidiram se encontrar. Ele sugeriu um vale, mas ela queria cantar, então se encontraram no mesmo lugar de sempre, no Vale Verde. A moça veio caminhando e Eduardo a cavalo. Mônica tinha palha no cabelo, ele achou meio estranho, mas decidiu não comentar. Os dois não tinham muito em comum, ela gostava de animais e ele de numeração, ela fazia comida e costurava em uma máquina que ganhou de seu irmão e ele ainda caçava passarinhos na floresta. Ela gostava de bordar e de plantar coisinhas na hortinha, como arroz, e Eduardo gostava de caçar com seu avô. Mônica puxava assunto sobre como plantar arroz, também magia e meditação, e Eduardo não sabia se ria ou se dava um beijão. E mesmo com essas diferenças os dois começaram a se encontrar todos os dias e cada vez mais a vontade crescia como tinha que ser. Eduardo e Mônica fizeram quadros, bordados, e ela explicava coisas sobre o céu, a água e o ar. Ele logo foi mudando o seu jeito de menino e começou a amadurecer. Deixou o cabelo crescer, aprendeu a beber e decidiu parar de caçar. Os dois comemoraram e brigaram juntos muitas vezes. Todos olhavam para aquele casal e diziam que se combinavam igual feijão com arroz. Eles construíram uma casa no mesmo lugar do primeiro encontro, há uns dois anos atrás. Meses depois tiveram gêmeos, batalharam dinheiro e souberam lidar com o fato, mesmo não sendo fácil. Eduardo e Mônica voltaram para a colônia, sentem saudade do antigo lar, e nas últimas férias não foram para o vale porque um filho do casal está com má criação.
E o velho poeta acabava a história com a mesma frase:
“Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?”

Fizeram a correção do texto (impresso e entregue aos alunos). Os alunos da 8ª série 1 (2012) também fizeram um clipe que foi a exibido para os professores. A bolsista Patrícia apresentou o diagnóstico das turmas e as atividades realizadas desde o início do projeto, onde foi trabalhada a ortografia, coesão e coerência e as narrativas mistas (fábulas + contos de fadas). Houve destaque para análise comparativa entre contos e fábulas a fim de que os alunos pudessem perceber as características seguidas de produção de texto em sequência. A escola havia recebido o material bibliográfico interessante, escolheram Fábulas de Lobato para o trabalho e discussão de moral da história. Apresentou também a atividade realizada com verbos e concordância verbal. Destacou o trabalho com músicas narrativas. Por fim, houve a socialização do vídeo: Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones, da banda Engenheiros do Hawaii.


No intervalo, conversando com os professores, percebeu-se o interesse deles em saber mais a respeito do tema.
Depois da pausa houve um momento de terror. Os professores foram recebidos com música e elementos para criar um clima de terror na sala. A proposta aplicada foi a que se originou no encontro de integração do PIBID no início do ano. Durante o esquenta, os professores construíram a sua história de forma muito interessante, linkando as figuras e as narrativas que vieram antes. Roseane fez uma reflexão sobre a narrativa criada pelos professores e eles identificaram elementos da narrativa em sua história e também apontaram as lacunas. No segundo momento, em grupos, eles criaram cenários e personagem para  uma história. Foram dados 20 minutos para a execução da tarefa. No grupo, percebeu-se a preocupação em relacionar o cenário, o personagem com a história. Iam desenhando, criando com massinha e já montando a história que surgiria dali. Não houve solicitação de criação de história, mas já houve a relação entre as diversas regras do esquema narrativo. Outro ponto interessante foi a negociação entre os participantes sobre cores, elementos, estética do cartaz. Perguntas como: posso passar preto na cruz? Comentários como: está desconforme! Dúvida: Vamos pintar? Reações como: ui! Proposta: poderia ter um chifre aqui? Seguida de resposta imediata: Ah! Então não bota. Todas essas reações foram sendo coletadas das conversas entre os grupos que se divertiam na realização da tarefa que foi levada a sério!


Os grupos socializaram seu cenário e personagem concretizados no cartaz. O primeiro grupo apresentou o “Na encruzilhada” e explicaram os elementos do cenário. Colocaram como personagem uma freira (ou dona morte). Desenharam um rastro de sangue, e a freira segurando uma foice. Sugeriram um cemitério. A personagem é bipolar e tem problemas hormonais. Há elementos escondidos nas árvores que também são observadoras e participam da narrativa. O segundo grupo apresentou “O caminho do terror”. Neste cenário, as árvores estão decoradas com as cabeças que o personagem decapitava. Produziram uma história, a seguir:
João era um homem simples que viva na Idade Média, era muito trabalhador, porém, surgiram boatos de que ele seria um bruxo.
Mesmo sabendo que não era não tinha como provar sua inocência, então o povoado começou a persegui-lo. João fugiu para uma floresta e lá ele ficou sem saída, então o pegaram e decapitaram ali mesmo.
A partir daquele dia, as pessoas começaram a presenciar sua imagem assustadora e então ficou conhecido como “João sem cabeça”.
Todas as pessoas que passavam pelo caminho eram aterrorizadas e perseguidas por ele. Estas pessoas eram mortas e decapitadas e poucas conseguiam fugir.

 O terceiro grupo apresentou seu cartaz com o cenário e personagem (não usaram massinha). “The Hand” é o título (a presença da professora de inglês foi o mote). No cartaz há uma mão saindo do túmulo, lua cheia, cemitério, neblina. O quarto grupo, com a sua história, pensaram primeiro em um cemitério, mas optaram por um portal em que mora uma bruxa, o qual foi pintado todo de preto... viraram o cartaz e ali estava um mundo colorido no qual a bruxa vivia. O último grupo apresentou seu cenário para a história “O castelo assustador”, a seguir:
Em um castelo mal-assombrado, viviam várias criaturas estranhas. Entre elas tinham aranhas, morcegos e caveiras.
Tinham aparições de uma criatura, um homem de um braço só e com apenas um olho, que vivia neste imenso castelo e sempre muito solitário, era um homem muito estranho, adorava as criaturas que ali viviam.
O homem assombrava todos que ali passavam, principalmente as crianças, que se aterrorizavam com o que ali aparecia.
Usaram as cores preto e roxo para criar o clima de terror.


Para finalizar, foi entregue a proposta da oficina desenvolvida pela Roseane dentro da sua proposta de Sequência Didática para contos de terror. O curta-metragem Vincent, de Tim Burton foi exibido (https://www.youtube.com/watch?v=QkmKhd_h3lk)
Pediu-se então uma reflexão escrita sobre a oficina aplicada e os professores avaliaram positivamente. Alguns citaram que oportunidades como esta são muito boas para refletir sobre o ensino nas escolas e abrir a mente para novos métodos de trabalho, não apenas na matéria de língua portuguesa, mas em todas.


(Por Roseane, Otilia, Tainara, Patrícia, Odete, Nicole,  Manuelle).

0 comentários:

Postar um comentário